Conselho Fiscal do RioPrevidência recomendou revisão de investimentos no Banco Master

Via Fosperj,

Em meio às polêmicas em relação à compra do Banco Master pelo BRB, voltaram à tona as notícias sobre a grande exposição do RioPrevidência à títulos daquele banco, que alcança o valor de 1 bilhão. Entre os órgãos que desaprovaram as aplicações, está o Conselho Fiscal do RioPrevidência. Formado por representantes de associações e sindicatos, o Conselho atualmente é composto por 6 servidores, 3 titulares e 3 suplentes, que têm a tarefa de apreciar os demonstrativos fiscais, as teses atuariais e o plano de investimentos do Fundo.

Em reunião ocorrida ainda em 2024, quando os investimentos foram revelados nos jornais, o Conselho Fiscal realizou uma reunião extraordinária e questionou os técnicos sobre o racional da aplicação. Ele ressaltou que o fundo optou por investir em letras financeiras devido aos bons resultados obtidos e que a análise interna — que inclui a checagem de balanços financeiros e o seguimento das resoluções do Ministério da Previdência Social e do CMN — é realizada antes de qualquer aplicação.

Apesar da defesa apresentada pelo fundo, o Conselho Fiscal avaliou que o risco das aplicações no Banco Master era excessivo e incompatível com as finalidades do RioPrevidência, ainda que seus retornos sejam expressivos. Nesse sentido, por unanimidade, o Conselho decidiu pela revisão das aplicações na referida instituição financeira e que a diretoria se abstivesse de realizar novos investimentos.

Também foram encaminhados ofícios para que, já em 2025, o Plano Anual de Investimentos do Rioprevidência passe a conter uma previsão mais clara sobre os limites de risco a serem assumidos, uma vez que o Banco Central não define de forma objetiva o que constitui um investimento de baixo risco. Essa medida ajudaria a reduzir a subjetividade nas escolhas de investimento, garantindo mais segurança para os segurados.

“ A análise que fizemos é de que o Banco Master não é um instituição financeira comum, que tem a maior parte da sua receita obtida a partir de intermediação financeira, como empréstimos, mas sim com operações atípicas em mercado financeiro, precatórios, etc. Ficou bastante claro que o risco/retorno era prejudicial aos interesses dos segurados. A compra pelo BRB, se aprovada pelo Banco Central, até gera um alívio, pois traz lastro ao investimento bilionário. Porém, acaba escancarando o componente político que une o dirigente do banco a figurões da política nacional.”, afirma Vinícius Zanata, presidente do Conselho Fiscal e integrante do Fosperj.

O integrantes do Fosperj e a Coordenação do Movimento Recomposição Salarial, Já! seguem acompanhando a situação de perto, cobrando maior transparência e fiscalizando o uso dos recursos do Fundo Único do RioPrevidência.