Diretoria se reúne com assessores técnicos para discutir valorização dos profissionais

A diretoria da Assemperj | Sindsemp-RJ se reuniu na tarde da última sexta-feira (25/08) com um grupo de aproximadamente 50 assessores técnicos do MPRJ, servidores que exercem a função de psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, entre outras funções de nível superior não jurídicas em apoio aos órgãos administrativos e de execução. A reunião durou aproximadamente 2h e tratou sobre as suas demandas e dúvidas em geral em relação aos seus cargos.

Ao longo das últimas visitas realizadas aos CRAAIs, a Diretoria tem sido abordada por servidores das equipes técnicas relatando pouco reconhecimento ao longo dos anos no MPRJ. Alguns desses profissionais têm quase 20 anos de casa, e não possuem nenhuma valorização durante esse período.

O Presidente da Assemperj | Sindsemp-RJ, Vinícius Zanata, ressaltou que houve uma escolha política do MPRJ em definir que essas funções seriam realizadas por cargos comissionados, e não por efetivo, como ocorre em diversos MPs. Essa decisão é a origem dos principais problemas, pois apesar de exercerem um trabalho de nível superior e respeitado por todos os órgãos, o cargo não está organizado em carreira.

“O longo tempo de permanência desses colegas na instituição, passando por diversas chefias, revela a aprovação do trabalho por eles exercido. Falta o devido reconhecimento pela instituição, em especial àqueles que estão na função há muitos anos.”, ressaltou Zanata.

Durante a reunião ficou definido que a Assemperj formalizará um ofício requerendo uma valorização por tempo de experiência de cada profissional. Isso é possível porque o cargo ocupado pelos assessores técnicos possuem uma gratificação paga em percentual variável, podendo chegar a 180%. O objetivo é estabelecer compensações por essas faltas de direitos e remunerações não condizentes às tarefas desempenhadas. 

Algumas dúvidas esclarecidas na reunião 

  1. Informações no Meu INSS.

Foi informado pelos participantes que algumas informações constantes do aplicativo Meu INSS estavam defasadas ou incorretas. Zanata explicou que o aplicativo tem o papel de registro de informações prestadas pelo empregador (MPRJ), e que a falta de atualização em relação às contribuições previdenciárias têm relação com a não adaptação do MPRJ ao E-Social. Porém, segundo informações levantadas, tal atraso não tem gerado nenhum prejuízo aos servidores, pois os recolhimentos estão em dia, apenas a informação é que não está sendo lançada.

Ainda sobre este ponto, foi questionada informação constante no mesmo aplicativo que aponta a ocupação dos servidores destes cargos como “Auxiliar de escritório em Geral”. Tal fato se deve à natureza do cargo e a necessidade de atribuir-lhes uma ocupação no Código Brasileiro de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho. Aqui cabe distinguir o cargo ocupado da função exercida. A denominação do cargo é de auxiliar, mas a função é de psicólogo, assistente social, pedagogo, etc. Por isso, consta no aplicativo uma ocupação mais genérica, em adequação ao cargo.

  1. Equiparações com Técnicos Periciais e outros cargos

Em relação às equiparações remuneratórias dos cargos exercidos pelos assessores técnicos com cargos efetivos e técnicos periciais, foi esclarecido que apenas o judiciário tem o poder de analisar e garantir pagamento por equiparação de funções.  A Diretoria também lembrou que não há na estrutura de cargos efetivos nas especialidades de Psicologia, Pedagogia e Serviço Social, de modo que não haveria equiparação possível.

  • Pisos regionais e jornada de trabalho 

Também foi abordada a obrigatoriedade ou não dos Poderes Públicos seguirem os pisos regionais das categorias e o respeito à jornada de trabalho de algumas profissões, previstas em lei federal. A Diretoria esclareceu que esse é um tema que está judicializado no âmbito do STF, no regime de repercussão geral. Ou seja, quando houver o julgamento, ele vincular todo poder judiciário e a Administração Pública.

Hoje o piso regional no Estado do Rio de Janeiro está próximo de R$ 3.160, não podendo nenhum contratado nas funções de psicólogo, assistente social e pedagogo ganhar menos do que este valor como salário. 

A Diretoria acompanha a tramitação da ação e fará a atualização dos associados assim que ela for definida em julgamento na Suprema Corte. 

“Esta reunião é importante, assim como o grupo de WhatsApp criado, pois manteremos um contato constante. O caminho para a valorização não é curto, nem rápido. Já temos essa experiência com os assessores jurídicos. De nossa parte, faremos o melhor para sensibilizar a chefia institucional para a importância da valorização da equipe técnica. Os próprios coordenadores e secretários dos CRAAIs comentam que o trabalho de vocês não é reconhecido em termos financeiros à altura. É raro um membro discordar dos laudos emitidos, existe um respeito que deveria se reverter em valorização, e essa será nossa luta”, destacou durante a reunião Vinícius Zanata, presidente da Assemperj | Sindsemp-RJ.