Assemperj cria coletivo de pais e mães pela neurodiversidade

A Assemperj aprovou em Assembleia Geral a criação de um Grupo de Trabalho (GT) dedicado a pais e mães de crianças neurodivergentes, uma ação inédita e alinhada ao compromisso da Associação com a inclusão e a promoção de direitos.

Com isso, foi criado, como primeiro passo, um grupo no WhatsApp e, a partir dele, serão agendadas reuniões abertas aos servidores (as) interessados (as) em contribuir com a pauta. A proposta é disponibilizar um espaço de escuta, acolhimento e trocas, com o objetivo de formulação de circular conhecimento e informações sobre a convivência com neurodivergentes, bem como a formulação de propostas concretas para o aprimoramento do tratamento do tema pelo MPRJ.

“Entre os temas em pauta estão as condições de trabalho especiais, perícias médicas, licenças e readaptações necessárias, especialmente junto ao Núcleo de Saúde, onde ainda recebemos muitas reclamações aqui na Assemperj. Mas vamos além, e pretendemos ter palestras e rodas de conversas de caráter pedagógico com profissionais das áreas de neurologia, psicologia, terapeutas ocupacionais, direito, dentre outras áreas”, afirma Vinicius Zanata, presidente da Assemperj. 

Os colegas que vivenciam essa situação ou têm interesse em colaborar para a construção de uma Instituição mais inclusiva e sensível à diversidade humana, podem entrar no grupo no WhatsApp que foi enviado exclusivamente por e-mail e pelo próprio WhatsApp.

Contexto e importância

Estima-se que no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas estejam dentro do espectro autista, segundo dados do Ministério da Saúde. Já o TDAH afeta aproximadamente 5% das crianças em idade escolar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, ainda há uma grande lacuna no atendimento institucional e na formulação de políticas de apoio a servidores públicos que são cuidadores de pessoas neurodivergentes.

A criação do GT surge como resposta a essa realidade, reconhecendo a sobrecarga enfrentada por esses pais e mães — que, além das demandas profissionais, precisam lidar com uma rotina intensa de terapias, acompanhamento médico, questões escolares e, muitas vezes, enfrentam burocracias que dificultam o acesso a direitos e licenças previstas em lei.

Para a Assemperj, dar visibilidade a essas questões é essencial para garantir um ambiente de trabalho mais justo, humano e alinhado aos princípios de equidade e acessibilidade.