GOVERNO BUSCA DESESPERADAMENTE APOIO PARA APROVAR A IMPOPULAR REFORMA DA PREV
O governo do presidente Michel Temer (PMDB) está há meses articulando com sua base aliada a aprovação do Projeto de Emenda Constitucional (PEC-287) da Reforma da Previdência. São necessários 308 votos e o PSDB decidiu anteontem (13/12), em sua reunião nacional, que os 46 deputados do partido votarão a favor da proposta. As discussões no plenário da Câmara dos Deputados foram iniciadas ontem e o presidente anunciou hoje que a votação vai ficar para 2018.
Setores do empresariado e da indústria têm se reunido frequentemente com os parlamentares, a fim de pressioná-los a favor dos interesses do patronato. Caso seja aprovado, o texto ainda precisa ser apreciado pelo Senado, também com o apoio de um terço dos membros. As regras aprovadas serão aplicadas a todos os trabalhadores imediatamente após a sanção do projeto.
A idade da mulher para aposentadoria passa a 62 anos e a dos homens a 65, ambos após o mínimo de 25 anos de contribuição ao longo da sua vida profissional. No levantamento realizado pelo Advogados LBS (Loguercio, Beiro, Surian) (
quadro_reforma_da_previdencia.pdf) é possível ver todas as mudanças, como as novas regras por pensão por morte, aposentadoria compulsória ou por invalidez, dentre outros mecanismos.
Noutra tabela realizada pelo escritório, que trata as regras (
regras_reforma.pdf de aposentadoria aos professores, deficientes ou trabalhos em condições especiais, dentre outros setores, é possível analisar todas as alterações em debate. Há também uma sistematização que mostra as mudanças nos critérios que envolvem trabalhadores rurais e urbanos, servidores públicos, policiais e detentores de mandatos eletivos (
trabalhadores_rurais_e_policiais.pdf).
Visando um apoio da bancada carioca, o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou para essa semana o empréstimo de R$ 2,9 bilhões do BNP Paribas para o Estado do Rio de Janeiro saldar as suas dívidas. Mas o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) já adiantou que mesmo assim só vai conseguir quitar os salários atrasados no final de janeiro de 2018.
A 10 meses da eleição, a troca de favores entre os partidos e da união com os estados e municípios segue em ritmo acelerado no governo interino. Vale observar que a reforma em curso não atinge o judiciário, deputados, senadores e militares.
(*) Foto: Jornal O Sul